Nesta data é comemorado o DIA NACIONAL DA CACHAÇA, relembrando o dia em que a bebida passou a ser oficialmente liberada para a fabricação e venda no Brasil, há 360 anos, em 13 de setembro de 1661.
A legalização se deu após a "Revolta da Cachaça", também chamada de Revolta do Barbalho ou Bernarda, ocorrida no Rio de Janeiro no final do ano de 1660 e início de 1661; até então, Portugal taxava impeditivamente a produção da cachaça no Brasil com o objetivo de substituir a bebida pela bagaceira, uma aguardente de vinho típica das terras lusitanas.
A cachaça é tão importante no contexto brasileiro que existem duas datas no calendário para comemorar a existência da bebida: o 21 de maio, instituído o Dia da Cachaça Mineira, em 2001, pelo então governador Itamar Franco, e o 13 de setembro, o Dia Nacional da Cachaça, criado em 2009 pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC).
Oficialmente, dois acontecimentos contribuíram para dar status crescente à cachaça no Brasil: quando ela foi escolhida como bebida oficial da Semana de Arte Moderna de 1922, adotada pelos jovens que pregavam a valorização da cultura brasileira e a quebra dos padrões da época, e quando o Presidente da República, Itamar Franco, sugeriu a introdução da cachaça mineira no menu das bebidas oferecidas em recepções oficiais promovidas pelo cerimonial do Palácio do Itamaraty,
O Brasil produz mais de 1,2 bilhões de litros de cachaça por ano, envasados em cerca de 5 mil rótulos, e o Estado de Minas Gerais é um dos líderes na produção da boa cachaça artesanal. A produção brasileira é exportada para mais de 60 países (só a Alemanha importa aproximadamente 30% da nossa produção). A boa cachaça tem em média 40% de teor alcoólico e a bebida, atualmente, é reconhecida como patrimônio cultural brasileiro.
Sobre a cachaça, assim escreveu Carlos Drummond de Andrade:
Queiram ou não queiram seus adversários, a cachaça é uma utilidade pública, dado histórico nacional, e remédio que não se compra nas farmácias, e costuma produzir muito mais efeito que as drogas sofisticadas, com suas bulas herméticas. Não lhe faço apologia, de que não precisa. Registro sua presença cultural, seu fascínio sobre a mente do povo.
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