CPV079 - Tá nervoso? Vai pescar!
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CPV079 - Tá nervoso? Vai pescar!

E na prosa de hoje, vamos conhecer alguns dos melhores lugares no Brasil pra uma boa pescaria. E quando o assunto é pescaria, não pode faltar prosa e nem viola. Por isso entre um destino e outro vamos ouvir umas modas que falam sobre pescaria e causos de pescador. Vai Assuntando!

Bacias Hidrográficas


O Brasil é o país com maior disponibilidade de água doce no mundo.


As bacias hidrográficas espalhadas pelo país fazem dele a maior reserva de água doce do planeta correspondendo a 14% no total.


E por conta dessa grande diversidade de rios e a variedade de tipos de peixe, o Brasil é um paraíso para quem gosta de pescar.


Mas o que são bacias hidrográficas?


A bacia hidrográfica ou bacia de drenagem de um curso d’água é a área onde, devido ao relevo e geografia, a água da chuva escorre para um rio principal, seus afluentes e subafluentes, ou seja, os rios menores que alimentam os afluentes.


Em geral, várias bacias pelo mundo possuem apenas um regime de alimentação dos seus rios, o regime pluvial, isto é, de água das chuvas. Porém, em algumas regiões, temos o regime nival, que, com a água do degelo das montanhas alimenta grande parte do sistema hídrico das bacias.


E quando se tem um regime tanto pluvial quanto nival, costumamos dizer que há um regime misto.


No Brasil, o Rio Amazonas possui esse regime, pois é alimentado com as chuvas e com o degelo das montanhas andinas, no Peru. Local da nascente desse rio.


Uma bacia hidrográfica é delimitada pelo relevo que está ao seu redor, que é constantemente esculpido pelas águas dos rios. Além do relevo, a vegetação também pode ser um fator de divisão entre uma bacia e outra. As bacias podem desaguar no mar, no subsolo ou nos lagos.


1. Rio Paraguai


Nasce no Mato Grosso e segue até o Mato Grosso do Sul, desaguando no rio Paraná. O ponto que mais atrai pescadores está na cidade de Corumbá (MS), conhecida como “a capital do pantanal”.


A pescaria no rio Paraguai é permitida apenas entre os meses de março e outubro, sendo mais indicada em junho e julho, quando ele está mais baixo e a pesca de jaús, pintados e surubins torna-se mais fácil. Nos meses seguintes, em que o rio está ainda mais baixo, os tipos que mais aparecem são os pacus.

2. Rio Madeira


É o décimo sétimo com maior extensão do mundo, o Madeira é um dos principais locais para pescar no país. Localizado no Amazonas, existem dezenas de espécies que variam de acordo com tamanho e desafio para pesca.


Para citar algumas, nós podemos mencionar a presença do pirarucu, da jatuarana, do tambaqui, da piranha, do pacu e do tucunaré, que é muito cobiçado por pescadores ao redor do mundo.


O tamanho das espécies também faz com que o local seja propício para pescadores iniciantes e, no geral, o rio Madeira é considerado um verdadeiro paraíso da pesca esportiva mundial.


Afinal de contas, sazonalmente, turistas costumam participar da temporada de pesca (em especial do tucunaré).


3. Rio Araguaia


Destino de muitos pescadores, o rio Araguaia é conhecido pela variedade de peixes para todo tipo de pesca e pelas paisagens naturais. É comparado ao pantanal mato-grossense pelo volume de peixes e pela quantidade de espécies que podem ser encontradas.


Ao longo do rio, que passa pelos estados de Goiás, Tocantins e Pará, a maioria das cidades ribeirinhas é preparada para receber os pescadores, o que aumenta a quantidade de pontos destinados a pescaria.


A atividade no rio Araguaia é produtiva tanto com o uso de iscas naturais quanto com o uso de iscas artificiais, principalmente entre os meses de abril e junho, quando ele está mais baixo. Dentre as diversas espécies, as mais encontradas são os dourados, pirararas, filhotes, cachorras, matrinxãs, tucunarés e muitos outros.


4. Rio Negro


O rio Negro é outro da nossa lista que está localizado no estado do Amazonas. Assim como seu semelhante, o rio Madeira, centenas de pessoas viajam anualmente para a localidade para aproveitar a variedade de espécies que somente essa região é capaz de fornecer.


Um dos destaques desse rio é a presença do tucunaré, que, como mencionamos, é uma das espécies mais cobiçadas do mundo. É possível encontrar peixes grandes e com muita força, o que garante a emoção e adrenalina que os pescadores mais exigentes estão em busca.


Entretanto, também é possível pescar espécies menores e aproveitar toda a paisagem e biodiversidade que somente o Amazonas é capaz de fornecer.


5. Rio Guaporé


Um dos rios mais procurados por pescadores de todo o Brasil, o rio Guaporé pertence à bacia do Amazonas. Com nascente no Mato Grosso, banha também o estado de Rondônia e a Bolívia, até desaguar no rio Mamoré.

Como está localizado entre as bacias do rio Amazonas e rio da Prata, o Guaporé apresenta um ecossistema muito rico, com uma enorme diversidade de peixes, tanto de escama quanto de couro. Durante o seu período de seca (entre março e outubro), é possível encontrar facilmente tucunarés, pirararas, palmitos, capararis, cachorras e muitos outros.


6. Rio Trombetas


Localizado no estado do Pará, o rio Trombetas é tido como um dos maiores destinos da pesca esportiva do país. Lá, os trairões são a espécie em mais evidência, o que ajuda a demonstrar um pouco do caráter da pescaria local.

Peixes grandes e que garantem um bom combate dentro d’água são comuns. Inclusive, muitos pescadores falam com carinho a respeito desse rio, informando que ele é um dos melhores de todo o Brasil para quem busca peixes de qualidade. Além dos trairões, os robalos também podem ser encontrados na região.

Contudo, devemos mencionar que nem todos os locais de sua extensão são de fácil acesso. A busca por guias e por outros profissionais para auxiliarem na expedição é muito bem-vinda.


7. Rio Roosevelt


Anteriormente conhecido como Rio da Dúvida é um rio brasileiro que nasce no estado de Rondônia. O seu nome é em homenagem ao ex-presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt, que participou da Expedição Científica Rondon-Roosevelt, para definir se ele era ou não afluente do Amazonas.

Em seu percurso, atravessa uma parte do Mato Grosso, entrando a seguir no estado do Amazonas, onde se torna um afluente do rio Aripuanã.

Inicialmente foi chamado rio da Dúvida porque nas cartas náuticas constava a existência de um curso d'água interligando as nascentes do afluente Madeira do Rio Amazonas com a Bacia do Prata. Graças a expedição no início do século XX, seu verdadeiro curso foi conhecido e o rio foi rebatizado.

A visita do então ex-presidente americano Theodore Roosevelt ao Brasil, na chamada de Expedição Científica Rondon-Roosevelt, comandada pelo Marechal Cândido Rondon, foi interessante para o Brasil porque, embora não existisse a hipotética passagem fluvial para o Prata, descobriu-se que o espaço compreendido entre rios era ainda uma região inexistente nos mapas brasileiros e, segundo os cálculos de Euclides da Cunha, correspondia a uma área equivalente ao estado do Rio Grande do Sul ou Maranhão.

O Roosevelt é conhecido por ter peixes esportivos mais agressivos. Então, se for pescar lá no Roosevelt, é importante preparar-se com equipamentos reforçados.

Como esse rio tem uma cachoeira, a pesca pode ser realizada na parte de cima ou de baixo. Entre os peixes mais procurados estão as jatuaranas (mais raras) e os gigantes piraíbas, mas também é possível pegar tucunarés, matrinxãs e bicudas, além dos peixes corvinas, cachorras e pirararas.


8. Rio Grande


Localizado a 444 quilômetros de São Paulo, o rio Grande rapidamente se tornou famoso entre os pescadores da região. A razão para a fama é a predominância de duas espécies de tucunaré em plena região sudeste, o que não costuma ser o padrão para quem busca esse animal.

Tendo em grande quantidade os tucunarés amarelos e azuis, é possível se deparar com verdadeiros “monstros” da água, que podem facilmente alcançar os 5 quilos de peso corporal.

Como é de se imaginar, a pescaria no rio Grande exige muito do indivíduo e a contratação de um guia para ajudar no posicionamento dentro d’água é essencial, principalmente para quem tem maior interesse nos tucunarés azuis.


9. Rio São Francisco


Um dos principais rios do Brasil, o São Francisco banha mais de 500 cidades nas regiões sudeste e nordeste. É famoso por sua diversidade de peixes das diferentes regiões.

Ao longo do rio, existem inúmeros pontos de pesca. Alguns dos mais famosos localizam-se nas cidades de Três Marias e Pirapora (MG), onde é possível encontrar dourados, matrinxãs, piaus e muitos outros, das mais diversas profundidades da água.

Existem mais de 152 outras espécies que podem ser encontradas ao longo do rio e em muitas outras cidades. Porém, é importante planejar a pesca neste rio entre os meses de março e outubro, quando ele está mais baixo.


10. Rio Paraibuna


O rio Paraibuna também está localizado na região sudeste do país. Presente no estado de São Paulo, o local chama atenção com sua paisagem verde, que ostenta Mata Atlântica virgem.

Tendo como destaque a piabanha — que inclusive foi símbolo do rio nos anos 50 —, essas águas apresentam uma boa variedade de espécies. O dourado e o tucunaré são outros destaques presentes que despertam o interesse de pescadores de todo Brasil.

O local é excepcionalmente agradável e é destino certo dos pescadores que procuram relaxar e aproveitar o contato com a natureza.


11. Rio Juma


Para quem procura espécies como tucunaré, aruanã, pirarucu, piranha preta e traíra, o rio Juma é um prato cheio. Localizado a sudeste de Manaus, no Amazonas, trata-se de um afluente do rio Madeira.

Suas águas são bastante lentas, já que está localizado em uma região plana. Seu período ideal para pesca é entre o início de setembro e o fim de novembro, período de seca na região, quando o rio não está tão cheio.


12. Rio Tapajós


Embora boa parte do rio Tapajós se encontre no estado do Pará, ele nasce no Mato Grosso, e ocupa um comprimento de 1.700 quilômetros. Seu nome é uma homenagem à tribo indígena que habita suas margens.

Lá é possível encontrar espécies não tão comuns no restante do Brasil, como o jaraqui e o filhote, peixes bastante esportivos e desafiadores. Entre os exemplares mais comuns estão tucunaré, pirapitinga e pirarara.

É o local perfeito para pescadores versáteis, pois a região permite o uso de iscas naturais e artificiais, fly, jig, com arremesso e verticais.


13. Represa de Furnas


Conhecida como “o mar de Minas Gerais”, a represa fica localizada entre as regiões Sul e Sudeste do estado e foi construída em decorrência da Usina Hidrelétrica de Furnas. Para se ter uma ideia, seu volume útil é de mais de 17 bilhões de metros cúbicos.

A pesca na represa de Furnas é muito popular entre março e outubro, quando recebe uma grande quantidade de turistas. Dica: prefira visitar a região no começo da temporada, quando ainda não há tantos pescadores para competir.

Os peixes mais famosos na região são tucunaré, trairão, corvina e pintado, porém, também se encontram tilápias e piaus (é recomendado utilizar uma boa ceva para fisgá-los).


14. Rio Tocantins


Passa por diversos estados: nasce na serra Dourada, em Goiás, e segue por Tocantins, Maranhão e Pará. Trata-se do segundo maior rio totalmente brasileiro, atrás apenas do São Francisco.

Graças às suas dimensões, é possível encontrar um grande número de espécies, como tucunaré, apapá, bicuda, cachorra, jaú e tambaqui. Os jaús da região podem chegar a pesar 100 quilos, com 1,5 metros de comprimento.


15. Rio Paraná


Trata-se do segundo maior rio sulamericano, que nasce da confluência entre o rio Grande e o rio Paranaíba. Ao todo, são quase 5 mil quilômetros que passam por diversos estados do Brasil, além de Argentina, Paraguai e Bolívia.

No Rio Paraná, encontram-se grandes espécies como piapara, pacu e piauçu. Lembrando que a pesca do dourado está suspensa no rio por oito anos a partir de abril de 2019.

Ao pescar embarcado, tome muito cuidado, pois este é um rio com vazão na foz muito agressiva, e sua profundidade máxima chega a 170 metros.


16. Rio Xingu


Afluente do Amazonas, o rio Xingu nasce na região do Planalto Central e desce pelos estados do Pará e Mato Grosso. É muito importante para a sua região pois abriga o Parque Indígena do Xingu, primeiro do Brasil.

Ao todo, sua bacia se estende por uma superfície de 530 mil quilômetros quadrados, ou seja, tem muita água para o pescador encontrar alguns peixes bons de briga. A pesca no rio Xingu abriga espécies como o tucunaré, a traíra, a pirarara, a piranha e a piraíba.

A temporada nesse rio para pesca é forte entre abril e outubro, sendo entre abril e junho a melhor época para pescar peixes de couro, e o restante dos dias recomendado para a captura de animais com escamas.


17. Rio Juquiá


Comparado a muitos da lista, o Juquiá pode ser considerado um rio pequeno: tem início na cidade de Registo e deságua próximo de Itanhaém, no litoral de São Paulo. Nasce da junção de outros dois rios: Açungui e Juquiá-Guaçu.

Apesar do tamanho, é o destino preferido de muitos pescadores, que encontram brutos como dourado e traíra. Uma curiosidade é que, mesmo nos pontos mais distantes da praia, você pode pescar grandes robalos.

18. Rio Meia-Ponte

Os pescadores de Goiás conhecem bem esse rio, que banha o estado de ponta a ponta. São quase 500 quilômetros de extensão que se espalham por afluentes como rio Dourados, ribeirão Santo Antônio e ribeirão São Domingos.

Embora alguns trechos do rio ainda estejam poluídos, a pesca é muito praticada em muitos pontos. As regiões recomendadas para o esporte ficam abaixo da Usina de Rochedo, onde há maior abundância de espécies e as águas são mais limpas.

Vale lembrar que o pesque e solte é uma prática muito importante, especialmente para rios mais poluídos como o Meia-Ponte, pois pode garantir que as espécies continuem se multiplicando na região.


19. Rio Paraguaçu


Você conhece o rio Paraguaçu? É um rio genuinamente baiano, que se estende por 600 quilômetros em boa parte do estado e banha importantes cidades como Itaetê, Boa Vista do Tupim, Marcionílio Souza e Itaberaba.

A pesca é uma atividade muito comum em todo o rio. As espécies mais abundantes são tucunarés, traíras e piaus e, no baixo curso próximo ao mar, você pode até encontrar camarões, robalos e tainhas.


20. Rio Pardo


Entre a Bahia e Minas Gerais está o rio Pardo, que apresenta uma grande biodiversidade. Em seus quase 600 quilômetros de extensão, os pescadores poderão capturar desde pequenos mandis a dourados, piaus, piaparas e corvinas.

Para se aventurar em suas águas, prefira as épocas em que ele está menos cheio, pois será mais fácil de localizar os peixes. Além disso, é ideal pescar embarcado para conseguir alcançar um bom número de espécies na região.


Embora estes sejam os rio para pesca mais procurados, existem muitos outros que atraem os amantes da pesca esportiva.


 

Pesca Esportiva - Cinco Pilares


E não tem como Falar em pesca esportiva, ou qualquer outro esporte praticado na natureza, sem relaciona-la à preservação ambiental, isso O peixe precisa não só estar saudável, como viver em um ambiente ecologicamente equilibrado.

É por isso que a pesca esportiva não se resume ao pesque e solte. Quem é pescador de verdade, sabe que precisa respeitar todo o ecossistema que sustenta a dinâmica da pesca. E não só porque o peixe é essencial para o esporte, mas porque compreende cada um dos pilares.

Com o lema “Ninguém pode ficar de fora”, o desenvolvimento sustentável foi construído com base em cinco áreas de importância para a humanidade e para o mundo, os chamados “5 P’s”: Pessoas, Prosperidade, Paz, Parcerias e Planeta.


PESSOAS

O pesque solte vem se apresentando como uma alternativa para as populações ribeirinhas, que podem trabalhar com o turismo de pesca nas regiões onde vivem. Aqui vale lembrar que o objetivo não é mudar as características sociais dessas pessoas, mas oferecer uma opção para melhorar a vida delas, caso desejem.


PROSPERIDADE

Há toda uma indústria em torno do mercado da pesca esportiva: o turismo de pesca, insumos, náutica, motores de embarcações de pesca, vestuário, enfim, tudo que vai servir para o pescador e para as pousadas.

E é claro que isso gera movimentação econômica com impactos diretos em toda a cadeia social. Dessa forma, a atividade contribui para a sociedade prosperar e se desenvolver.


PAZ

Há determinadas áreas em que a pesca só é permitida para os povos nativos, e não é incomum que isso gere alguns conflitos, já que existe o interesse de sujeitos de fora dessas comunidades em explorar esses locais. A pesca esportiva, aqui, surge como uma maneira de apaziguar possíveis embates.


PARCERIAS

Como essas iniciativas pacíficas têm também um foco social por trás, os povos indígenas, em contrapartida, recebem assistência médica e odontológica, além de manutenção de aspectos culturais e ensino.

Aí também estão as parcerias: governo, operadores de pesca, iniciativa privada, organizações independentes e povos tradicionais atuando em conjunto em prol de objetivos em comum. Isso demonstra que nada funciona sozinho, e que quanto mais atores sociais estiverem envolvidos, maiores as chances de uma iniciativa dar certo.


PLANETA

A partir do momento que se compreende que os recursos do planeta são finitos, o uso deles precisa ser feito de forma sustentável e com responsabilidade ambiental. Isso inclui a exploração consciente do recurso animal, que, no caso da pesca esportiva, é o peixe.

Mas simplesmente manter o peixe vivo não é suficiente para a conservação. Isso porque o peixe não existe isolado do todo - ele faz parte de um ecossistema, de um bioma, e sem floresta preservada, sem água de qualidade, sem fauna saudável, não há equilíbrio ambiental. E, por consequência, não existiriam peixes.

Por isso, o pesque e solte deve ser cada vez mais pensado como um meio para proteger a natureza e os animais, e encarar o nosso esporte como uma ferramenta para o desenvolvimento sustentável é pensar de verdade que somos parte desse todo.

 

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