Luiz Borges
Atualizado: 3 de nov de 2023
Na prosa de hoje, quero prestar uma singela homenagem aos pais. Homens de fibra e coragem que enfrentam o dia a dia com o coração cheio de amor pelos seus filhos. E a melhor forma do Cachaça, Prosa & Viola prestar homenagem aos pais, é passeando pelas canções caipiras que retratam a relação entre pais e filhos. Vai Assuntando...
Amanhece o dia, o caboclo acorda, se senta na cama e se pega lembrando dos tempos passados. Tempos de glória, disposição para o trabalho, independência e até uma beleza jovial que chamava a atenção das moças.
Mas logo vem as lágrimas. Hoje a realidade é outra: viúvo, velho, doente e dependente dos cuidados do filho e da nora...
Essa é a dura realidade de muitos pais desse mundão de meu Deus! E lá em 1968, Zico & Zeca gravaram a moda de viola Velho Peão de autoria de Sulino e Moacyr dos Santos.
Levantei-me um dia cedo sentei na cama chorando
Meu velho tempo de peão, nervoso eu fiquei lembrando
Senti uma dor no peito igual brasa me queimando
Ouvi uma voz lá fora parece que me chamando
Eu tive um pressentimento
Que a morte na voz do vento
Ali estava me rondando
Eu saí lá pro terreiro, lembrei nas glórias passadas
Me vi montado num potro correndo nas invernadas
Também vi um lenço acenando de alguém que foi minha amada
Que a tempo se despediu pra derradeira morada
Tive um desgosto medonho
Ao ver que tudo era um sonho
E hoje não sou mais nada
Pobre de quem nesta vida na velhice não pensou
Ao me ver velho e doente, um filho me amparou
Recebo tanta indireta da nora que não gostou
E meu netinho inocente chorando já me falou
A mamãe já deu estrilo
Diz que aqui não é asilo
Mas eu gosto do senhor, ai
Neste meu rosto cansado, queimado pelo mormaço
Duas lágrimas correram, espelho do meu fracasso
É o prêmio de quem na vida não quis acertar os passos
Abri os olhos muito tarde quando eu já era um bagaço
Vejam só a situação, ai
De quem foi o rei dos peão
Hoje não pode com o laço
A Deus eu fiz uma prece pedindo pros companheiros
Que perdoem todas as faltas deste peão velho estradeiro
Quando eu deixar este mundo meu pedido derradeiro
Desejo ser enterrado na sombra de um anjiqueiro
Para ouvir de quando em quando
As boiadas ali passando
E os gritos dos boiadeiros
Você reparou na estrofe em que o Velho Peão narra que ao se ver velho e doente um filho lhe ampara, mas a nora não gostou nada desse gesto? Pois é... Essa estrofe me faz lembrar de outra canção, dessa vez uma TOADA, que narra uma situação semelhante.
Se eu não soubesse que Couro de Boi foi escrita por Teddy Vieira em 1955, 13 anos antes de Velho Peão, diria que a toada é continuação da história. Mas ainda desconfio que A estrofe de Velho Peão, que cita o filho, a nora e o netinho, são uma referência, ou como dizem por aí, um Easter Egg de Couro de Boi, dentro de Velho Peão.
O fato é que as duas canções relatam situações tristes, onde os filhos não dão o apoio necessário aos pais na velhice e na doença. Vale uma Reflexão!
Conheço um velho ditado que é do tempo do zagais,
diz que um pai trata dez filho, dez filho não trata um pai.
Sentindo o tempo dos anos sem pode mais trabalhar,
o velho pião estradeiro com seu filho foi morar,
o rapaz era casado e a muié deu de impricá,
ou se manda o veio embora se não quiser que eu vá,
o rapaz coração duro, com o velhinho foi falar.
Para o senhor se mudar
Meu pai eu vim lhe pedir
Hoje aqui da minha casa
O senhor tem que sair
Pegue esse coro de boi
Que eu acabei de curtir
Pra lhe servir de coberta
Aonde o senhor dormir
O pobre veio calado
Pegou o coro e saiu
Seu neto de 8 anos
Que aquela cena assistiu
Correu atras do avo
Seu paleto sacudiu
Metade daquele couro
Chorando ele pediu
O velhinho comovido
Pra não ver o neto chorando
Partiu o couro no meio
E pro netinho foi dando
O menino chegou em casa
Seu pai foi lhe perguntando
Pra que você quer esse couro
Que seu avô ia levando
Disse o menino ao pai
Um dia vou me casar
O senhor vai ficar velho
E comigo vem morar
Pode ser que aconteça
De nós não se combinar
Essa metade de couro
Vou dar pro senhor levar.
Puxando o gancho do ditado do tempo do zagais, que diz que um pai trata dez filhos, dez filhos não tratam de um pai, tem situações em o trato necessário na velhice, vêm de quem a gente menos espera. Assunta só essa canção, escrita por Arthur Frederico Moreira e Sebastião Ferreira da Silva, na voz de Sérgio Reis.
Com sacrifício
Eu criei meus sete filhos
Do meu sangue eram seis
E um peguei com quase um mês
Fui viajante
Fui roceiro, fui andante
E pra alimentar meus filhos
Não comi pra mais de vez
Sete crianças
Sete bocas inocentes
Muito pobres mas contentes
Não deixei nada faltar
Foram crescendo
Foi ficando mais difícil
Trabalhei de sol a sol
Mas eles tinham que estudar
Meu sofrimento
Ah! Meu Deus, valeu a pena
Quantas lágrimas chorei
Mas tudo foi com muito amor
Sete diplomas
Sendo seis muito importantes
Que as custas de uma enxada
Conseguiram ser doutor
Hoje estou velho
Meus cabelos branqueados
O meu corpo está surrado
Minhas mãos nem mexem mais
Uso bengala
Sei que dou muito trabalho
Sei que às vezes atrapalho
Meus filhos até demais
Passou o tempo
E eu fiquei muito doente
Hoje vivo num asilo
E só um filho vem me ver
Esse meu filho
Coitadinho muito honesto
Vive apenas do trabalho
Que arranjou para viver
Mas Deus é grande
Vai ouvir as minhas preces
Esse meu filho querido
Vai vencer, eu sei que vai
Faz muito tempo
Que não vejo os outros filhos
Sei que eles estão bem
E não precisam mais do pai
Um belo dia
Me sentindo abandonado
Ouvi uma voz bem do meu lado
Pai eu vim pra te buscar
Arrume as malas
Vem comigo pois venci
Comprei casa e tenho esposa
E o seu neto vai chegar
De alegria eu chorei
E olhei pro céu
Obrigado, meu Senhor
A recompensa já chegou
Meu Deus proteja
Os meus seis filhos queridos
Mas foi meu filho adotivo
Que a este velho amparou
E quando se é pai de menina e a menina vira mulher e chega a hora de casar... aí vem aquela velha frase: Eu não perdi uma filha, eu ganhei um filho! Complicado pro pai, é quando a filha querida casa com um João Ninguém. Será?
Essa canção é uma lapada nas vozes de Belmonte & Amaraí e foi escrita por Belmonte;
Peço licença pra contar a minha história
E por isso solicito um momento de atenção
Fiquei viúvo com seis anos de casado
Com três filhas pequeninas precisando proteção
Faz muito tempo que se deu então comigo
Até hoje quando lembro o meu pranto ainda cai
Eu lutei tanto pra criar as minhas filhas
Sofri muito mas cumpri o papel de mãe e pai.
Passou um tempo e a minha filha mais velha
Se uniu a um moço rico de elevada posição
Dali um ano a minha filha do meio
Também se casou com outro muito bem de situação
O mesmo fato não se deu com a mais nova
Arrumou um operário desses que marca cartão
Pobre menina iludida por amor
A um pobre João Ninguém entregou seu coração.
Passou um tempo e eu estava tão doente
Fiquei mais desesperado quando me disse o doutor
É necessário uma operação urgente no contrario
Só um milagre salva a vida do senhor
Fui procurar as minhas duas filhas ricas
Mas sem ordem dos maridos não quiseram me atender
Pra filha nova eu me fui pedir sua ajuda
O marido da coitada mal fazia pra comer
Mas a caçula soube tudo e como louca
Foi à firma e ao marido explicou a situação
Na mesma hora ele procurou seu chefe
E o dinheiro adiantado conseguiu com o patrão
Fui internado operado e bem cuidado
Levei alta estou em casa vou passando muito bem
Não guardo magoa de nenhum dos genros ricos
Mas eu devo a minha vida ao meu genro João Ninguém.
E por falar em ser pai de menina, tem situações em que a gente precisa usar métodos drásticos pra proteger as nossas filhas de uns cabras sem vergonha que aparecem por volta e meia... Assunta só a atitude desse pai, relatada na Querumana Prato do Dia, de autoria do saudoso Geraldinho, nas vozes de Tião Carreiro & Paraíso.
Sobre às margens de uma estrada, uma simples pensão existia
A comida era tipo caseira e frango caipira era o prato do dia
Proprietário, homem de respeito, ali trabalhava com sua família
Cozinheira era sua esposa e a garçonete era uma das filhas
Foi chegando naquela pensão, um viajante já fora de hora
Foi dizendo para a garçonete: Me traga um frango, vou jantar agora
Eu estou bastante atrasado, terminando eu já vou embora
Ela então respondeu num sorriso: Mamãe tá de pé, pode crer, não demora
Quando ela foi servir a mesa, delicada e com muito bom jeito
Me desculpe, mas trouxe uma franga, talvez não esteja cozida direito
O viajante foi lhe respondendo: Pra mim franga crua talvez eu aceito
Sendo uma igual a você, seja à qualquer hora também não enjeito
Foi saindo de cabeça baixa, pra queixar ao seu pai a mocinha
Minha filha, mate outra franga, pode temperar, porém não cozinha
Vou levar esta franga na mesa, se bem que comigo a conversa é curtinha
É a coisa que mais eu detesto, ver homem barbado fazendo gracinha
Foi chegando o velho e dizendo: Vim trazer o pedido que fez
Quando o cara tentou recusar já se viu na mira de um Schimidt inglês
O negócio foi limpar o prato quando o proprietário lhe disse cortês
Nós estamos de portas abertas pra servir à moda que pede o freguês
Tem muitos filhos que reconhecem o esforço e a luta do pai para formá-lo. Estudam, conseguem boas colocações profissionais e querem retribuir, tirando o pai da roça e levando o pro conforto (entre aspas) da cidade. Mas o que é conforto e vida boa para o filho, nem sempre é para o pai, que vê nas coisas simples e na lida diária, um motivo pra viver. É o que conta a canção Eu e Meu Pai, de Vicente Costa e Cleide Ramires Da Costa, nas vozes de Cézar e Paulinho.
Olha lá o meu pai,
com as mãos calejadas
Perdendo seu resto de vida,
no cabo da enxada
Eu não queria que fosse assim
Pra mim seria tudo diferente
Queria ter meu pai na cidade
Morando alegre junto da gente
De que vale ter diploma
Ter conforto ter de tudo
Se não posso ter em casa
Aquele que me pôs no mundo
Estudei por tantos anos
Para tirá-lo daqui
Meu esforço foi em vão
Porque ele não quer ir
Quando é de madrugada
e o dia vem chegando
Ele escuta seu despertador
no puleiro cantando
Ele chama seu melhor amigo
Que sai latindo e correndo na frente
E vem pro trabalho pesado
Aqui debaixo deste sol ardente
Nesse carro eu me vejo
bem vestido e perfumado
Sofro tanto vendo ele
de suor todo molhado
Olha a condução do velho
lá na corda amarrada
Olha a geladeira dele
lá na sombra encostada
Quando é de tardezinha
vai pra sua casinha
Comer seu feijão com arroz,
feito no fogão à lenha
E na sua poltrona de anjico
ele vai sentar comovido
E na tela maior do mundo
Ele contempla seu filme preferido
Na televisão do velho
não tem filmes de bandidos
Não tem filmes policiais
e nem filmes proibidos
No canal do infinito
sua TV é ligada
Só aparecem as estrelas
e a lua prateada
Olha lá o meu pai...
Ainda nessa temática do pai que trabalha de sol a sol pra criar, educar e formar os filhos, temos o exemplo do filho que vai pra cidade, estuda, se forma, mas volta pra casa, com o conhecimento adquirido, pra ajudar o pai na lida diária. É o que cantam Vanderley e Valtecy, no cateretê Sonho de Pai, de autoria de Armindo Nogueira e Vanderley.
Meu pai tinha um sonho me tirar do pesado
E me ver formado em agronomia
Eu vim pra bem longe lá eu deixei tudo
Enfrentar os estudos no meu dia a dia
Sou filho único sou muito querido
Meu pai tem sofrido longe de mim
Mas muito em breve eu deixo a cidade
E nesta saudade eu vou dar um fim
Sai lá da roça e vim pra cidade
Mas sinto saudade de onde eu nasci
Saudade da casa e da velha paineira
Fiel companheira que eu nunca esqueci
Eu sei que hoje tá tudo mudado
De capim formado de braquiarão
Lavoura de milho de arroz e feijão
Plantio de soja que cobrem o chão
Meu pai tô voltando com o diploma na mão
Pra cuidar desse chão que um dia deixei
Eu tenho esperança e muita certeza
Preservar a natureza que eu sempre adorei
Imagina só o desgosto de um pai que viveu e cuidou de sua família e, agora ouve o próprio filho pedir a sua parte da herança pra se aventurar mundo afora, atrás de um rabo de saia, mesmo com tudo o que tinha ao seu redor. Essa história já é conhecida e a gente até sabe o final... mas bom mesmo é ouvi-la nas vozes de Junio e Julio.
Eu tinha bom gado de corte
Eu tinha bom gado leiteiro
Eu tinha um cavalo baio
E um abundante celeiro
Eu era muito respeitado
Eu fui campeão de rodeio
E por todas as redondezas
Queriam ouvir meus ponteios
Por causa de um par de olhos
Azuis claros como o luar... Ai ai ai
Eu disse meu pai vou embora
Eu vou procurar...
Sem ela eu não posso ficar
Andei lado a lado com a morte
Por este mundo a vagar
Eu que era amigo da sorte
Fui companheiro do azar
Então me tornei vagabundo
A dor e a fome chegou
Comi maltrapilho e imundo
O pão que o diabo amassou
Depois de muitas andanças
Encontrei-me com ela num bar... Ai ai ai
Sorrindo e bebendo com outro
Naquele lugar...
Decidi que eu ia voltar
Ao longo caminho da volta
A vergonha e a solidão
Sem saber se seria bem vindo
Por meus pais e também meus irmãos
Ao longe avistei minha casa
Bateu forte o meu coração
O pranto escorreu em meu rosto
Molhando a poeira do chão
Meu pai com seus braços abertos
Disse meu filho voltou... Ai ai ai
Três dias, três noites de festa
O sino tocou...
Anunciando que a paz, retornou
É muito consolador para um pai, poder contar com o amor e o carinho do filho. Na velhice, muitas vezes, ocorre uma inversão de papeis. O filho que foi cuidado pelo pai quando era criança, agora retribui este gesto cuidando de seu pai na velhice. Assunta só essa declaração de amor de um filho para o seu pai, na canção Meu Velho Pai, de Léo Canhoto & Robertinho.
Meu velho pai, preste atenção no que eu lhe digo
Meu pobre papai querido, enxugue as lágrimas do rosto
Porque, papai, que você chora tão sozinho?
Me conta, meu papaizinho, o que lhe causa desgosto
Estou notando que você está cansado
Meu pobre velho adorado, é seu filho que está falando
Quero saber qual é a tristeza que existe
Não quero ver você triste, por que é que está chorando?
Quando lhe vejo, tão tristonho desse jeito
Sinto estremecer meu peito ao pulsar meu coração
Meu pobre pai, você sofreu pra me criar
Agora eu vou lhe cuidar, essa é minha obrigação
Não tenha medo, meu velhinho adorado
Estarei sempre a seu lado, não lhe deixarei jamais
Eu sou o sangue do seu sangue, papaizinho
Não vou lhe deixar sozinho, não tenha medo, meu pai
Você sofreu quando eu era ainda criança
A sua grande esperança era me ver homem formado
Eu fiquei grande, estou seguindo o meu caminho
E você ficou velhinho, mas estou sempre a seu lado
Meu pobre pai, seus passos longos silenciaram
Seus cabelos branquearam, seu olhar se escureceu
A sua voz quase que não se ouve mais
Não tenha medo, meu pai, quem cuida de você sou eu
Meu papaizinho, não precisa mais chorar
Saibas que não vou deixar você sozinho, abandonado
Eu sou seu guia, sou seu tempo, sou seus passos
Sou sua luz e sou seus braços, sou seu filho idolatrado
E você aí que é filho e tem o privilégio de ter seu pai por perto, aproveite-o ao máximo! Mas se, infelizmente, isso não é possível, procure guardar em seu coração os melhores momentos vividos juntos. Eu, por exemplo, jamais esqueço as palavras e os gestos do meu saudoso pai, que tanto me ajudou a ser quem hoje sou.
Meu compadre, parabéns para você que embarcou sem medos ou dúvidas nesta grande e divina aventura que é ser pai! Assistir ao crescimento, à evolução, de um filho através da vida é sem comparação a melhor recompensa da paternidade. Desfrute plenamente dessa dádiva!
E assim, ao som de Meu Pai, uma moda de viola escrita por Tião do Carro e Pagodinho, cantada nas vozes de Mayck & Lyan, hoje eu quero lhe desejar um feliz dia dos pais!
Cansado da luta e dos trancos da vida,
saudade doída bateu pra valer.
Lembrei do meu pai lá no sítio nosso,
meu velho eu não posso ficar sem te ver.
Cheguei bem cedinho na cerca de arame,
eu vi um exame de abelha subir.
No velho mourão do chão estradeiro,
exalava o cheiro de mel jataí.
Batendo o orvalho da alta pastagem,
eu criei coragem pro rancho eu desci.
Gritei no terreiro ninguém na palhoça,
no eito da roça meu velho eu vi.
Seguindo o acero fui subindo o trilho,
na roça de milho entrei devagar.
O sol nessa hora mostrava seu brilho,
meu pai é teu filho eu vim te abraçar.
O velho tirou da cabeça o chapéu,
e olhando pro céu pegou a chorar.
Dizendo meu filho que roupa limpinha,
não rele na minha pra não se sujar
Do peito do velho o suor corria,
até parecia mina da biquinha.
Meu filho a água ta no arvoredo,
eu trouxe hoje cedo a porunga cheinha.
Até meu almoço já está preparado,
está pendurado no galho da arvinha.
Eu fiz hoje cedo de madrugadão,
arroz e feijão, jabá com farinha.
Por suas palavras eu já decifrei,
e nem perguntei mamãe onde está.
Na roupa do velho, guaxuma miúda,
e as mãos cascudas que nem jatobá.
E ele me disse ali nessa hora,
você vai embora onde vai pousar?
Papai já vou indo não se aborreça,
antes que anoiteça eu preciso voltar.
Eu beijei o rosto do meu pai amado,
entrei no roçado sultão foi atrás.
Eu também saí chorando escondido,
meu velho querido eu te amo demais.